Os processos eleitorais acontecem de dois em dois anos, sempre revelando alguns aspectos interessantes, e que exigem avaliações mais profundas dos analistas políticos. Aliás, os observadores costumam dizer que cada eleição tem a sua história, mas alguns fatos, tradicionalmente, se repetem, marcando a vida pública de cada município.
Em Cajazeiras, especificamente, a eleição deste ano, que consagrou nas urnas o candidato oposicionista Zé Aldemir nos proporcionou lições importantes para serem sempre levadas em consideração. Uma delas foi, exatamente, o silêncio de grande parte do eleitorado, que não se expôs em nenhum momento, e que não se deixou influenciar por barulhos, pesquisas, informações tendenciosas ou qualquer outro tipo de manifestação de quem quer que seja. Outra lição externada foi o jeito firme de muitos de pensar, agir e decidir livremente.
Mas, o que chamou mais a atenção foi o silêncio de muitos. O eleitorado calado que parecia muito indiferente ao processo político, juntou-se aos cidadãos mais ativos e envolvidos na eleição, possibilitando um resultado que refletiu o sentimento e o desejo de mudança estampados no semblante de cada cajazeirense. Essa decisão da maioria, certamente, marca um novo momento político de Cajazeiras.
Inegavelmente, a vitória de Zé Aldemir representa essa nova fase, e tem um significado muito forte no contexto político local e regional. A sua vitória contra o poderoso esquema situacionista foi muito representativa, e por isso, alcançou ampla repercussão no Estado. E não poderia ser diferente, em razão das condições de disputa apresentadas.
Na verdade, o prefeito eleito fez uma campanha modesta, apelando para os cajazeirenses refletirem sobre a necessidade de se promover mudanças e se inaugurar um novo modelo político e administrativo no município. E parece que uma parcela significativa da nossa população conseguiu assimilar bem sua mensagem, o que resultou nessa vitória histórica, que deverá ficar marcada na vida política de Cajazeiras.
Pois bem, o Zé, como se tornou muito mais conhecido entre os cajazeirenses, sai de um processo eleitoral muito fortalecido. Sai como a principal liderança política de Cajazeiras e da região, com um capital político muito interessante. Cabe a ele, agora, a capacidade de unir, de congregar forças para encarar os desafios e lutar pelos interesses coletivos de um povo ávido por renovação das práticas políticas e por avanços significativos em todas as áreas da gestão pública.
A eleição de Cajazeiras realça, pois, essa nova realidade, que dá sinais claros de avanços para uma sociedade mais consciente, livre e preparada para enfrentar seus desafios. Ela deixa lições que abrem caminhos para um novo despertar. Cajazeiras, portanto, apostou numa nova mudança, mostrando, claramente, que quer algo diferente.
José Anchieta/Jornal Gazeta