O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nesta quarta-feira (12) um levantamento sobre o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil. Segundo os dados coletados, menos de 10% dos municípios brasileiros oferecem este tipo de leito pelo Sistema Único de Saúde: 466 de 5.570 municípios.
Ao todo, contando com os leitos da rede privada, apenas 532 municípios brasileiros possuem leitos de UTI.
Atualmente, o Brasil possui 44.673 mil leitos de UTI, segundo o Ministério da Saúde, um aumento de 41, 6% em dez anos.
Para o CFM, o aumento é insuficiente porque acredita que há também um aumento de demanda.
“A infraestrutura de saúde do país precisa acompanhar, na velocidade e em proporção, as necessidades da população. Só as internações pelas chamadas causas externas – acidentes e violências – aumentaram cerca de 25% nos últimos oito anos, sendo que os acidentes de trânsito aumentaram 30% neste mesmo período”, disse em nota o coordenador da Câmara Técnica de Medicina Intensiva do CFM, Hermann von Tiesenhausen.
Em 2002, o Ministério da Saúde definiu parâmetros mínimos a serem considerados na distribuição de leitos pelo Brasil para o bom atendimento da população. A norma, que foi revogada em 2015, preconizava que deveriam existir de 2,5 a 3 leitos hospitalares para cada grupo de 10 mil habitantes e que a oferta de leitos de UTI deveria ficar entre 4% e 10% do total de leitos hospitalares.
Segundo o CFM, para o estudo foi considerado como proporção ideal o que aponta a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB): de 1 a 3 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes.
Em 2018, 17 unidades federais estão abaixo deste índice quando o assunto é a oferta de leitos de UTI pelo SUS. São eles: Paraíba, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
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