Janeiro terminou com um assalto, arrombamento ou explosão de banco a cada três dias na Paraíba. No total, foram 10: quatro em agências do Bradesco, três do Banco do Brasil, dois da Caixa e uma do BNB.
Oito cidades traumatizadas pela violência dos criminosos que geralmente chegam atirando para todos os lados, com armas pesadas. Campina Grande e Boqueirão foram atacadas duas vezes.
A lista começa com São Sebastião do Umbuzeiro (dia 4), Alagoa Grande (dia 5), Boqueirão e Cabedelo (dia 15), Boqueirão (dia 16), Campina Grande (dia 17), Santa Rita (dia 20), São José da Lagoa Tapada e Taperoá (dia 27) e Campina Grande (dia 29).
Um exemplo: em São José da Lagoa Tapada foi um bando com cerca de 20 homens. Cercaram o posto policial, advertiram para ninguém sair durante a ação. O banco foi explodido e fugiram com o dinheiro.
Na Capital, não é diferente. Há uma luta permanente contra traficantes, golpistas, fraudadores, assaltantes que não respeitam nem igrejas, obrigando mudança no estilo de vida dos seus moradores.
Mas, o governo está em confronto com seus operadores de Segurança. Puniu policiais civis pela paralisação do dia 27 de dezembro, na qual expuseram as deficiências da Segurança, ao devolverem coletes que um dia foram à prova de balas, mas que estavam fora da validade. E eles continuavam participando das ações, mesmo sem a proteção.
Ontem, policiais civis, militares e agentes penitenciários fizeram ato público, para deixar claro que não lutam por privilégios, mas por sobrevivência, pois ganham o menos salário do Brasil: apenas metade do que é pago em 16 estados da federação. A Aspol explica que ao invés de receberem subsídio, valor que seria respeitado na aposentadoria, o Estado paga através de gratificações, e quando são forçados a afastamento temporário ou definitivo, perdem mais de 40% da remuneração. Que recebem apenas 1/3 do valor constitucional da hora extra e não possuem PCCR. Mas o governo, sustenta a Aspol, ao invés de dialogar, puniu até quem estava de férias, ou trabalhando na cota dos 30% de presença exigidos pela lei. Por isso decidiu ir à Justiça. Lamenta que ao invés de trabalhar pela harmonia, o governo prefira a intimidação.
Considerando a realidade paraibana, é mesmo opção inacreditável.
Lena Guimarães/01 de Fevereiro de 2018 Jornal Correi da Paraíba